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5 minutos na paragem

∙Coloring life ∙Take the time ∙While U wait

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07
Abr16

Regina Duarte na Rua das Rimas


5minutosnaparagem

Durante este mês a atriz brasileira Regina Duarte esteve à conversa com Daniel Oliveira em mais um Alta Definição!

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A eterna Porcina, de Roque Santeiro, agora com 69 anos, falou sobre a forma como encara o envelhecimento e da importância do amor, bem como, o preço que teve a pagar por ser, durante muitos anos a “namoradinha” do Brasil.

Contudo, conseguiu manter o equilíbrio na sua vida, sem tentar ser uma super-mulher, mas sempre acudindo às várias exigências de uma vida recheada de responsabilidades e compromissos.

O momento alto da entrevista, foi quando declamou o poema “A Rua das Rimas", de Guilherme de Almeida .

Fiquei deslumbrada com o  poema, que desconhecia e não podia deixar de partilhar.

 

A RUA DAS RIMAS

A rua que eu imagino, desde menino, para o meu destino pequenino

é uma rua de poeta, reta, quieta, discreta,

direita, estreita, bem feita, perfeita,

com pregões matinais de jornais, aventais nos portais, animais e varais nos quintais;

e acácias paralelas, todas elas belas, singelas, amarelas,

douradas, descabeladas, debruçadas como namoradas para as calçadas;

e um passo, de espaço a espaço, no mormaço de aço laço e basso;

e algum piano provinciano, quotidiano, desumano,

mas brando e brando, soltando, de vez em quando,

na luz rara de opala de uma sala uma escala clara que embala;

e, no ar de uma tarde que arde, o alarde das crianças do arrabalde;

e de noite, no ócio capadócio,

junto aos lampiões espiões, os bordões dos violões;

e a serenata ao luar de prata (Mulata ingrata que me mata...);

e depois o silêncio, o denso, o intenso, o imenso silêncio...

A rua que eu imagino, desde menino, para o meu destino pequenino

é uma rua qualquer onde desfolha um malmequer uma mulher que bem me quer

é uma rua, como todas as ruas, com suas duas calças nuas,

correndo paralelamente, como a sorte indiferente de toda gente, para a frente,

para o infinito; mas uma rua que tem escrito um nome bonito, bendito, que sempre repito

e que rima com mocidade, liberdade, tranqüilidade: RUA DA FELICIDADE...

Guilherme de Almeida

 

Deixo-vos também o link com a  entrevista na íntegra. Contudo, se quiserem ouvir o poema, saltem para o minuto 15:35 (aproximadamente).

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